29 de outubro de 2010

José Serra, Dilma e os Valores Cristãos - Parte II

Dilma Rousseff

Fé e origem política – A mineira de ascendência búlgara Dilma Rousseff, 62 anos, bacharel em Economia, é atéia desde a sua juventude de guerrilheira comunista. Ela foi líder nos grupos guerrilheiros Colina e VAR-Palmares, que mataram dezenas de pessoas. Com o fim do Regime Militar, deixou a guerrilha. É uma das fundadoras do PDT e desde 2001 é filiada ao PT. Quase sempre seu nome aparece ligado à ala radical do partido. Pesam contra Dilma o fato de que o conteúdo do Plano Nacional de Direitos Humanos 3, publicado em 21 de dezembro de 2009 e redigido na Casa Civil sob sua gestão, bem como texto original de seu Programa de Governo entregue em julho ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), trazem terríveis propostas da ala radical do PT. Após críticas, os dois textos sofreram alterações.

Estrategicamente, Dilma deixou de assumir seu ateísmo durante a campanha. Em sabatina promovida pelo jornal Folha de São Paulo em 2007, havia reafirmado ser cética em relação à existência de Deus. Em entrevista à revista Marie Clarie em 2009, disse que, apesar de ter sido batizada na Igreja Católica, não praticava religião. Porém, desde maio deste ano, Dilma passou a se apresentar como religiosa, católica, cristã e seguidora da Virgem Maria, mesmo sem ter passado por alguma conversão religiosa conhecida.

Aborto – É a favor da legalização do aborto. Em sabatina à Folha de São Paulo em 2007, afirmou Dilma: “Tem de haver a descriminalização do aborto. Hoje, no Brasil, é um absurdo que não haja a descriminalização”. Em entrevista à revista Marie Claire, edição de abril de 2009, asseverou: “Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização”.

Em 7 de maio deste ano, em entrevista dada ao “Encontro de Editores 2010”, promovido pela revista Istoé, afirmou Dilma: “O aborto, do ponto de vista de um governo, não é questão de foro íntimo, é uma questão necessariamente de saúde pública. Tem que ser seriamente conduzido dessa forma. (...) Sou a favor de atendimento público para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto”.

Seis dias depois, em entrevista ao sair de uma missa em São Paulo, Dilma disse sobre a legalização do aborto: “Não é uma questão se eu sou contra ou a favor, é o que eu acho que tem que ser feito. Não acho que ninguém quer arrancar um dente, e ninguém tampouco quer tirar a vida de dentro de si” – comparando o aborto a arrancar um dente.

O deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff à Presidência, foi um dos líderes pró-aborto no Congresso Nacional. Em julho de 2008, quando orientava a votação dos colegas de partido sobre o projeto de lei para legalizar o aborto, afirmou: “Nossa posição é muito clara: na linha favorável à descriminalização do aborto”.

União civil homossexual – É a favor. Quanto à imposição do Estado para que as igrejas aceitem realizar “casamentos” homossexuais, Dilma não falou até agora nada a respeito.

Legalização de drogas – É contra a legalização de drogas, mas apenas “dentro do quadro que temos hoje no Brasil”. Ou seja, é contra, mas não descarta a possibilidade de, no futuro, sob outras condições, o tema ser discutido. Sobre o tema, declarou em entrevista à TV Brasil: “Não podemos falar em processo de descriminalização de droga nenhuma enquanto tivermos o quadro que temos hoje no Brasil”.

FONTE:
Jornal Mensageiro da Paz - Órgão Oficial das Assembleias de Deus no Brasil
Edição 1.506 - Novembro - 2010
CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus

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